sábado, 1 de outubro de 2011

Um Conto Chinês

Por Laís O.

A relação entre um argentino antipático e um chinês perdido é o mote da trama "Um Conto Chinês" que se passa em Buenos Aires. Vivendo sozinho e solitário na antiga casa de seus pais, Roberto (Darín) parece não perceber a monotonia da sua vida fadada à repetição de problemas pequenos do cotidiano. Fugindo de uma decepção amorosa, Jun (gnacio Huang) vai até a argentina buscar seus possíveis parentes. O inusitado faz parte desta aventura já que a noiva de Jun havia sido morta na China por uma vaca que caiu de um avião pilotado por ladrões. 
O encontro de pessoas tão diferentes, que falam inclusive em linguas opostas, traz uma estabilização para a vida de ambos. Nesta convivência pacata, ambos esperam que a família de Jun apareça para salvá-lo. Jun passa a "ajudar" Roberto em sua loja de ferramentos, a fazer todas as refeições com ele e a compartilhar o mesmo espaço. O argentino não tinha companhia em sua casa desde a morte do pai em sua adolescência. O estranho chinês muda a rotina dos seus hábitos causando, num primeiro momento, um grande desconforto.
Roberto não dá abertura nenhuma para que ninguém entre em sua vida, e isso deixa o público ansioso. O chinês se mostra sempre solicito e muito agradecido pela hospedagem, mas parece não entender o quanto seu colega é rabugento e infeliz. Quando conhece Jun, o argentino parece começar a se importar com alguém que está desabrigado e perdido numa terra estranha. Talvez tenha sido o gosto por colecionar notícias de jornais do mundo todo que lhe parecessem bizarras que o tivesse feito mergulhar nesta mudança. O gosto pelo excêntrico para Roberto era uma maneira de se afastar da chatice do seu cotidiano e mostrar para si mesmo que a vida é feito de estranhos acasos.
Dirigida por Sebastián Borensztein "Um Conto Chinês" é um filme divertido e inteligente que dá destaque cada vez mais para a cinematografia argentina.

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