quarta-feira, 13 de março de 2024

 MOVIMENTO PELA SAÚDE MENTAL CAFÉ COM FREUD E LACAN 

 

 


Liderança e empreendedorismo: atitudes que incluem o emocional  

 

Neste primeiro quarto de século, chegamos a algumas conclusões que aumentaram o padrão de vida dos seres humanos. Concordamos que os estudos até a universidade, talvez pós, faça grande diferença na vida profissional. Fazer esporte e deixar o sedentarismo também é uma conclusão unânime a sua relevância. Higiene pessoal, incluindo dentária, fez com que as pessoas deixassem de usar dentadura e pudessem desfrutar de seus dentes até tenra idade.

Tudo isso para dizer que, para discutir liderança e empreendedorismo, automaticamente, as pessoas fazem cursos de gestão, desenvolvimento estratégico, planejamento, administração. Entretanto, é preciso incluir, como base para o crescimento, avanços emocionais e psíquicos. Assim como tivemos avanços no esporte, na higiene, na alimentação. O tratamento de saúde mental precisa entrar no circuito obrigatório. 

Para sair de uma posição psíquica de filho para pai ou mãe, por exemplo, não são apenas as atividades cotidianas que mudam. É uma lógica emocional. Uma posição de liderança e administrativa diferente que não passa apenas pelo racional. A pessoa precisa começar a ver por uma nova ótica, um novo poder é estabelecido e suas responsabilidades aumentam muito. A carga emocional é diferente.

Da mesma forma. Sair da posição de estudante para a de estagiário. Ou a de funcionário para especialista, ou coordenador e assim sucessivamente, de gerente a diretor, mudam as funções, as reponsabilidades e o posicionamento do sujeito é outro. E não é uma questão apenas de intelecto, aprendizagem.

Como exemplo, podemos falar de uma professora com experiência que mantém a sala em silêncio, consegue transmitir a matéria, incluir a participação do aluno no momento adequado e aquela substituta que entra desavisada e sem experiência. Ela pode ter até mais estudo do que a anterior, ter se formado em melhores universidades. No entanto, tem aí o diferencial da experiência, a força emocional, a segurança, a visão que ultrapassa a cartesiana.

O mesmo em uma grande empresa. Já ouvi muitos dizerem que perderam o cargo só porque o colega era mais amigo do chefe, fazia mais política e era mais desinibido. E como psicanalista, digo que não era ‘somente’ por isso. Esta é a razão por excelência que a pessoa ganhou o cargo! Pois não adianta ter apenas a parte técnica e não ser ouvido, não ter inserção em seu meio, ter dificuldade nas relações pessoais. O trabalho não caminha.  

Este jogo de cintura, esta forma de saber lidar faz parte do emocional mais desenvolvido. E a grande questão é que todos podem desenvolver. Os recursos estão ai, disponíveis. Mas ainda não existe esta unanimidade de que é condição sine qua non para crescer, fazer esse desenvolvimento emocional.     

Ao pensar em empreendedorismo, o fator emocional cresce exponencialmente. Desde a escolha do que fazer e qual empresa abrir até todo o processo de gerenciar e administrar, não passam apenas pelo burocrático e pela sala de aula. Existem muitas questões emocionais em jogo que são debatidas na Coletânea Café com Freud e Lacan.

No primeiro volume, discutimos liderança e a possibilidade de tornar-se uma pessoa carismática utilizando recursos da psicanálise: laços afetivos e políticos para conseguir falar o que deseja e ser ouvida dentro da instituição. Táticas e estratégias para abrir o inconsciente, e assim, abrir as portas do emocional de colegas, funcionários e líderes afim de posicionar-se e direcionar para o lado desejado. Contamos com o conceito de: tempo lógico inconsciente, fazer semblantes, saber-fazer com suas características, colocar sua impressão digital de forma a ser um profissional único e insubstituível!




O segundo volume é dedicado quase que completamente ao empreendedorismo. Enumeramos, explicamos e articulamos diversos conceitos que podem, e muito, contribuir com a vida emocional do empresário: a inércia e a zona de conforto que faz o ser humano ficar paralisado e não seguir o seu desejo. A sensação de mar aberto e múltiplas opções que existe no mundo empresarial, sem um caminho certo a seguir, o que traz medo e insegurança.

A questão do preço a pagar. Ao escolher algo, perde-se tantas outras possibilidades. Esse é um fator que traz muita insegurança e ansiedade, deixando a pessoa paralisada, sem conseguir investir. Para apostar, ousar, é preciso perder algo, abrir mão e nem sempre a pessoa está disposta. Ou mesmo, não se dá conta de que isso que a está impedindo de crescer.

Entre tantos outros conceitos discutidos, temos aqui as satisfações a curto prazo e os egos. A sociedade está incentivando a satisfação a curto prazo: redes sociais, joguinhos, drogas, bebidas, sexo rápido vindos de contatos com aplicativos; são muitas as oportunidades de satisfações imediatas.

O que é a mais longo prazo está sendo desvalorizado como: leitura, estudo, relacionamentos sérios, são quase motivos de piada... desta forma, como empreender? A pessoa é capaz de passar de 4 a 8 horas por dia em redes sociais vendo nada, mas passar de 4 a 8 horas por dia cuidando da empresa, raciocinando estratégias, falando com profissionais, ah! Muito desgastante! E esperam o retorno imediato. Nem plantou e a pessoa gostaria de colher ontem. Ou seja, impraticável! A realidade que não é somente de satisfações e preenchimento do ego, deixa a pessoa arrasada, triste e sem vontade de continuar. O que fazer?

Pegue seu Café e ótima leitura! Vamos participar do movimento pela saúde mental e aprofundar as questões articulando psicanálise, cotidiano e mundo dos negócios!

Fabiana Ratti, psicóloga e psicanalista.

Organizadora do Movimento pela saúde mental Café com Freud e Lacan.

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