quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Injeção de Irma - Sonho - Declaração de Freud

 


“Sou aquele que quer ser perdoado por ter ousado começar a sarar estes doentes, que até agora não se queria compreender e que se proibia a si mesmo de sarar. Sou aquele que quer ser perdoado por isto. Sou aquele que quer ser culpado por isto, pois se é sempre culpado quando se transgride um limite até então imposto à atividade humana. Quero não ser isto. Em lugar de mim há todos os outro. Sou aí apenas 0 representante deste vasto, vago movimento que é a busca da verdade, onde eu, me apago. Não sou mais nada. Minha ambição foi maior do que eu. A seringa estava suja, sem dúvida. E justamente na medida em que a desejei demais, em que participei desta ação, em que quis ser, eu, o criador, não sou o criador. O criador é alguém maior do que eu. É o meu inconsciente, é esta fala que fala em mim, para além de mim.” Freud

 

Freud se refere ao sonho “Injeção de Irma” (1900) em que ele deseja muito a recuperação de sua paciente, sendo que após 20 anos ele pôde construir a ideia de que existe um para Além. Um sujeito que fala para além do ser racional a que temos acesso. Nesta declaração, Freud coloca sua ambição, seu desejo, sua humanidade. Ao mesmo tempo em que se mostra humilde ao saber que existe algo mais forte que ele. É a lei da vida. É a lógica da psicanálise. Nossa luta para que as pessoas progridam, se recuperem, se curem. Até que ponto elas querem? Precisamos lutar com unhas e dentes para vencer obstáculos, driblar as resistências, levantar os recalques. E...

Aí depende do sujeito do inconsciente. Mas é condição inalienável do analista que ele siga seu mestre e crie alternativas para que o sujeito do inconsciente se sobressaia, trazendo riquezas preciosas que vão substituindo os sintomas desgovernados... por projetos, conquistas e realizações.

Por: Fabiana Ratti, psicanalista 

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Calendário de Estudos 2022

 Leituras comentadas pela Psicanalista Fabiana Ratti - UNBEWUSSTE

Seminário 2 "O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise"




Jacques Lacan - 

Segundas-Feiras das 12h às 13h

Módulo 1 – “O eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise"
"Os primeiros Capítulos"

Fevereiro 21, Março 7, 14, 21, 28, Abril 4, 11, 18 e 25

Módulo 2 – Regressões e o sonho da Injeção de Irma
"Do 8º Capítulo  ao 14º” 

Maio 2, 9, 16, 23, 30. Junho 6, 13, 20.

Módulo 3 – A carta Roubada

“Do 15º Capítulos ao 19º"
Agosto 1, 8, 15, 22 e 29. Setembro 5, 12, 19, 26

Módulo 4 – Onde está a linguagem?
"Do 20º Capítulos 24º"

Outubro 5, 12, 19, 26  Novembro 7, 21, 28.

 

 Vendas Sympla.com.br

www.sympla.com.br/psicanalistafabianaratti

Freud - Sextas das 12h às 13h.  Sintoma




"Recordar, repetir e elaborar e o sentido do sintoma
Fevereiro 18 e Março 4, 11, 18, 25.

"Fixação em traumas e os caminhos da formação dos sintomas "
Abril 1, 8, 29, e Maio 6, 13.

"Repressão e a vida sexual dos seres humanos"
Maio 20 e 27 e Junho 3, 10, 24.

"As cinco lições de psicanálise"
Agosto 1, 8, 15, 22, 29 Setembro 2

"A teoria da libido, narcisismo e ansiedade"
Setembro 9, 16, 23, 30 Outubro 7, 14

"Inibição sintoma e angústia"
Outubro 21, 28 e Novembro 4, 11, 18, 25.




Vendas Sympla.com.br
www.sympla.com.br/psicanalistafabianaratti


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

O Gambito da Rainha e a psicanálise de Freud a Lacan: sintoma ou sinthoma?

 

 


O Gambito da Rainha foi uma das séries mais assistidas do ano de 2020!

Baseada no romance de Waltes Teves de 1983, se passa na década de 1950 e 1960 e permite várias idades assistirem. Foi possível ver em família o que ajudou muito a ultrapassar algumas horas de pandemia a qual estávamos confinados. Os personagens trabalham muito bem, em especial a protagonista Anya Taylor-Joy, como Beth.

Entre tantas críticas interessantes, o ponto que posso ressaltar aqui é que existe um potencial psicológico na série que permite ‘comprovar o estudo de Freud’ e ao mesmo tempo enfatizar os estudos posteriores à década de 1970 de Lacan.

A série começa com um drama psicológico entre mãe alcóolatra, possessiva e descompensada. Um pai que não conseguiu barrar os impulsos da mãe, e então a tragédia se deu. Beth ficou órfã e foi para um orfanato. Nesse local, com um embotamento afetivo e compensatoriamente muita inteligência, Beth dedica-se a jogar xadrez com o zelador. Vai evoluindo, se destacando, vai a clubes, começa a ser conhecida. Então, Beth é adotada e sua vida muda. A mãe adotiva, com o tempo, passa a investir em sua carreira, percebendo os ganhos que teria com isso.

O primeiro ponto do nosso debate é que se trata de uma questão bastante freudiana. Um romance familiar bem fraturado, uma infância com inseguranças e medos, a falta de afeto e suporte, gera uma criança e adolescente pouco afetiva e muito racional. Além disso, Beth, desde menina, no orfanato, percebeu que remédios e álcool poderiam levar a uma entorpecência que a livrava da ‘realidade’ e dava uma segurança a mais que não tinha de ‘cara limpa’, dessa maneira entra no mundo dos vícios.

Então a série segue com originalidade num meio que é bastante masculino e Beth vai ganhando


credibilidade e apoio, cavando seu espaço dando exemplo e mostrando a que veio!

Sem entrar em detalhes e tentando não revelar mais do que deveria da obra, num determinado momento há uma bifurcação, como na vida da maioria dos seres humanos: o desejo ou o sintoma? E Beth é magistral em sua escolha! Apontando a direção da última clínica de Lacan. O Sintoma ou o Sinthome? O sintoma ou o desejo, o projeto, a realização da natureza e subjetividade humana?

A posição lacaniana muda de patamar, pois aposta sobretudo na escolha e decisão do sujeito, no ponto de vista como o sujeito pensa e conta sua história, indo para além da vitimização e situação sem saída dependendo de seu nascimento.

 Beth sucumbiu ao gozo do desejo, ao usufruto de sua natureza enxadrista! Um exemplo a todos nós!

Fabiana Ratti, psicanalista lacaniana

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Leituras online Seminário 1 - Escritos Técnicos de Freud

 

Inscrições para o 1º módulo de leitura online do Seminário 1 – Lacan

2as feiras a partir de 22/02.

Neste Seminário Lacan começa a discutir a partir do retorno à leitura de textos de Freud. Ele é bastante clínico e ler sob essa perspectiva, o que parecia nebuloso, ganha uma outra dimensão.

Faremos 8 Módulos com 2 ou 3 textos do Seminário 1 e assim leremos o Seminário ao longo de 2021. A ideia é que Lacan fique acessível a um número maior de pessoas, dessa forma temos valores: inteira e meia. Lacan é acessível e faz uma grande diferença na prática clínica poder contar com seus conceitos. Inscrevam-se. Participem!


https://www.sympla.com.br/psicanalistafabianaratti