segunda-feira, 4 de julho de 2011

O discurso do Rei







Por: Fabiana Ratti

 O discurso do Rei, dirigido por Tom Hooper, mostra uma comovente tragetória da superação de uma dificuldade humana. O Rei Jorge VI, interpretado por Colin Firth, , tem problemas com a dicção e então, procura um fonoaudiólogo, interpretado por Geoffrey Rush.
Ambos muito bem representados em seus papéis, demonstram algo corriqueiro nos consultórios de médicos, fono e psicólogos. Com profunda capacidade de interpretação por parte dos atores, nos deparam com sintomas físicos que se entrelaçam com razões emocionais: inseguranças e temores que ultrapassam as esferas dos sentimentos e pensamentos. Avançam para sintomas biológicos, coportamentais, colocando em risco trabalhos, posições sociais e afetivas.
O discurso do Rei mostra, de maneira magnífica, que um ser humano pode ser Rei, chefe de Estado, gerir nações, sem precisar ser “perfeito”.  
A sociedade atual apresenta um discurso de “normalidade”. Quase como se fôssemos robôs e como se não existissem fragilidades humanas.
Como psicanalistas, acreditamos que cada um tem seu estilo, seu talento e suas fragilidades. O estilo deve ser intensificado com dons e talentos que vão recortando e nomeando a personalidade do sujeito. Colocando-o no mundo, em seu hall social, entre amigos, familiares, trabalho e estudos de acordo com suas preferências e gostos particulares. As fragilidades, por outro lado, precisam ser nomeadas, conhecidas e entendidas pela sujeito. Ele precisa saber que elas existem para que possa lidar com elas, para que elas não destruam o que o talento vai construindo paulatinamente.
Através do Discurso do Rei, podemos acompanhar a trajetória de um homem que luta por seus talentos. Luta por seu lugar e seu poder frente a si próprio, frente à família e frente às nações. Demonstra o quão árduo é batalhar por seus desejos e projetos!
Porém, ao longo da trama, ele consegue se familiarizar e se responsabilizar por sua ‘fragilidade’. Ele investe, cuida de forma a superá-la, ou, pelo menos, que ela não o destrua em sua posição.
É um filme que demontra as duas faces de um ser humano e, como é possível fazer um lado sobrepujar o outro.
Além de dar uma excelente amostra de um profissional da saúde que ama sua profissão!Fica torcendo pelo paciente, triste quando não consegue e decpcionado quando vê que o paciente não aposta nele próprio. Aí está uma entre tantas fraquezas do profissional da saúde, limite intransponível se o sujeito não apostar e não se empenhar no tratamento. Por outro lado, quando existe uma parceria e união para a superação de obstáculos, as possibilidades podem ultrapassar as expectativas!

Título original: (The King's Speech)
Lançamento: 2010 (Inglaterra)
Direção: Tom Hooper
Duração: 118 min
Gênero: Drama





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