Adolescência é uma minissérie Britânica (2025) que tem trazido grande alvoroço ao divã,
angústias e mil interrogações. Foi criada por Jack Thorne e Stephen Grahan e muito
bem dirigida por Philip Barantini. A primeira cena já é bem impactante. Policiais
armados e fortemente protegidos, invadem a casa e quem eles procuram? Jamie Miller (Owen Cooper) um estudante de 13
anos que é preso acusado de matar a colega de classe.
O primeiro
ponto muito interessante da série é que são quatro capítulos em que não há
cortes. A câmera segue em ‘tempo real’ cada
capítulo e temos a sensação de que estamos inseridos em cada situação. O que
aumenta muito a emoção e a angústia de quem está ‘participando’. Ideia genial que havia visto somente em um dos
filmes de Hitchcock – A Corda - se passa em um apartamento em que houve um
assassinato, provocando a mesma tensão e angústia nos expectadores/participantes
do evento.
O segundo ponto interessante da série e que se
diferencia de todas as outras de assassinato é que os detetives não vão ao local
do crime, não mostra a vítima, sua família e a investigação local. Sai do
roteiro Hollywoodiano pré-estabelecido trazendo um novo recorte para o público,
convocando ideias e questionamentos bem diferentes dos filmes tradicionais de
investigação.
O terceiro e
fundamental ponto da série é que, mais do que de investigação, é um drama
psicológico. De forma bastante atual, o crime é filmado. Temos câmeras por toda
parte em nossa sociedade na era tecnológica. Tudo conseguimos filmar: aviões e
helicópteros caindo, prédios pegando fogo ou desabando por terremoto, animais em
momentos inéditos, carros fazendo conversões, crimes e assassinatos.
Então, vem a
pergunta: qual o motivo do assassinato?
No primeiro capítulo fica
evidente que Jamie é inteligente. Não tem traços visíveis de psiquiatria e responde
muito bem ao que lhe é pedido, mesmo sendo em uma situação de stress como na
delegacia.
Qual o motivo? O que faz um ser
humano dessa idade cometer tal delito?
E, todos que começam a ver, já
sabem que a série fala dos bullins e maus tratos, os cyberbullyings,
as segregações, os grupos e rivalidades entre os jovens.
Vamos fazer aqui 4 posts. A série
tem muito conteúdo, não é possível discutir apenas com uma postagem. No
capítulo 2, quando o amigo de Jamie, dono da faca, foi preso pelo policial, ele
disse uma frase muito sugestiva e absolutamente preocupante. Ele fala: Eu
pensei que seria como todas as outras vezes.
Imaginem quantas vezes e quantas
ameaças esses adolescentes já passaram!!!
O mais interessante da série é
que ela coloca exatamente essa questão de que não precisa ser psicopata ou uma
das piores pessoas do mundo. As pessoas que sofrem bulling e fazem bulling está
entre nós. O ser humano tem uma dose forte de sadismo, de maldade, de
rivalidade, medo e insegurança, que, muitas vezes, extrapolam para atos que
colocam em risco a vida emocional e biológica do outro.
Quais os furos? Quais os pontos
que precisamos cuidar para não chegar a isso? O que os pais poderiam ter visto
ou poderiam ter feito para não terem chegado a consequência tão grave?
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