sexta-feira, 24 de maio de 2024

 

AMY WINEHOUSE E A SAÚDE MENTAL



O filme Amy (2015) de Asif Kapadia, é uma espécie de documentário da vida e da dificuldade da cantora inglesa Amy Winehouse (1983-2011) com sua saúde mental. O documentário retrata a genialidade da cantora com sua voz maravilhosa, o drama no amor e na relação com os pais, as dificuldades enfrentadas com a carreira, o vício, a fama e seu falecimento prematuro aos 27 anos.

Aqui, vamos interpretar o filme, assim como discutimos Antígona de Sófocles ou A Falecida de Nelson Rodrigues. Só temos acesso ao documentário e notícias da mídia. Apenas para ilustração e debate. Jamais podemos falar da pessoa em si pois não temos acesso a ela de fato. É apenas mais uma personagem, popularmente conhecida que, através da reflexão, podemos fazer avanços em saúde mental.



Um ponto que muito me impressionou neste relato de sua vida, foi que em Londres, em pleno ano 2000, com todos os recursos financeiros e acessos que a cantora tinha, não encontrou um tratamento psíquico que, ao invés de focar no sintoma, focasse no sujeito. Discutisse sua relação com o namoro, a dificuldade que tinha em posicionar-se frente a ele. As questões com os shows: como, quando e onde gostaria que eles fossem realizados e de qual modo. A relação com os pais, com a fama e com a vida.

Não sabemos como foi na realidade, discutimos o filme como processo artístico. Mas, o documentário apresenta apenas tratamentos que tentam conter o sintoma. Controlar o uso do álcool, afastá-la do namorado e dos escândalos. Era 8 ou 80. Ou ficava internada, sem acesso à família, ao namoro, ao trabalho e ao álcool. Ou ficava em seu meio social tomando medicamento, mas sem tratamento psicológico continuado. Sem intervenção em sua lógica inconsciente, seu emocional. Impressionante!

O Movimento pela saúde mental Café com Freud e Lacan propõe que pensemos a saúde pelo viés do sujeito. Do crescimento e do desenvolvimento de cada ser humano único, seus desejos e escolhas singulares. Para que consigam seguir seu estilo e modo de vida, posicionando-se frente aos familiares, relacionamentos afetivos e profissionais com coragem e dignidade.

Esta é a via para a dissolução dos sintomas tão em voga neste século: ansiedade, síndrome do pânico, stress, burnout, depressão. Vamos cuidar da saúde mental e ter uma vida com mais amor e realizações, sustentando o posicionamento de sujeito frente às adversidades e bifurcações que são apresentadas. Vamos incluir e respeitar mais o emocional, escutar os sentimentos e pensamentos, elaborá-los e assim, ter maior fortalecimento no dia a dia, lutar pelos sonhos e conseguir ficar perto de quem e do que amamos!


Por: Fabiana Ratti, psicanalista 

@psicanalistafabianaratti 


LINK DE VENDA DOS LIVROS: CAFÉ COM FREUD E LACAN 

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