quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Um conto de Natal e as escolhas que fazemos na vida


O belíssimo Um conto de Natal (1843) de Charles Dickens discorre sobre a emocionante história de um homem frio e calculista, mesquinho e ranzinza que reclamava da vida e não suportava a felicidade, as comemorações e os dias festivos. Ebenezer Scrooge tinha um escritório de contabilidade, o menor carisma e nenhuma amabilidade para com as pessoas. Deixava seu funcionário sem lareira no frio do inverno Europeu e cobrava se esse atrasasse um minuto, não cumprimentava as pessoas e mesmo sendo muito rico, solteiro e sem filhos, não ajudava as instituições sociais e as pessoas à sua volta.

Naquele ano, passando o Natal sozinho, como sempre fazia, Scrooge recebeu a visita de 3 espíritos. Um que o levou para a infância, sua cidade natal, para os amigos, a inocência dos primeiros momentos, sua família, seu amor. Era o fantasma dos Natais passados. O outro o levou para o presente. A cidade no clima de Natal, conhecidos e parentes que passavam o Natal sem ele. E o último e mais aterrador era o Natal do futuro. Qual futuro teria ele levando essa vida dessa forma que estava vivendo?
Charles Dickens é maravilhoso em seu conto. Ele transmite a ranzinzisse e a chateação de um homem que foi se fechando para a vida, para os amores, para os amigos. Seu único objetivo era ganhar dinheiro e foi vivendo uma vida dura, fria e triste sem laços afetivos e vida social.

Os fantasmas funcionam como psicanalistas que o fazem viajar pelo tempo, percorrer terras distantes e rever suas posições e decisões na vida. Ressignificar o passado para transformar o futuro, é isso que Scrooge consegue após sua viagem no tempo e nas emoções.

Chales Dickens também transmite o quanto o Natal é um momento de comemoração. É um tempo de repensar os feitos do ano, comemorar em família, rever os amigos, doar para os que não tiveram a mesma sorte. É um momento bonito de brindar a vida e sorrir, curtir o que foi conquistado e fazer planos para o futuro, sobretudo em termos de amor e amizade!

Por: Fabiana Ratti, psicanalista

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