quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Alladin e os pedidos para o Ano Novo!



Para terminar o ano no ciclo contos de fadas, tivemos no cinema o filme Alladin e a Lâmpada Maravilhosa (2019) produzido pela Walt Disney. Final de ano é o momento de pensar nos pedidos para o ano novo, repensar o que foi conquistado nesse e nada como o gênio da lâmpada para refletir sobre os novos pedidos! 

Alladin faz parte dos contos Árabes e como todos esses contos, carrega uma sabedoria popular milenar. Alladin é um menino pobre que para sobreviver, faz algumas artimanhas, mas tem um coração bom e generoso. Um dia, conhece Jasmine na feira livre da cidade, não sabendo de sua origem real, os dois vivem uma aventura e se apaixonam. Paralelamente a isso, Jafar, o invejoso assistente do Rei, pede para Alladin resgatar a lâmpada mágica na caverna para ele. Como todo ser humano, Alladin tem um pedido... deseja pedir a mulher de seus sonhos para o gênio da lâmpada mágica.



A história de Alladin tem versões diferentes, mas sua essência é basicamente a mesma. A ideia de que só é possível conquistar os próprios sonhos com uma mágica: ou a lâmpada, ou uma feiticeira, um anel com poderes, um tapete mágico ou ganhar na mega cena. Estas ideias se repetem nas Mil e Uma Noites, compilado de histórias árabes, persas, indianas que percorreram o mundo através dos séculos.

De maneiras diferentes, com diversas estruturas narrativas e personagens alternados, os
contos da Mil e Uma Noites começam com a ideia de que o desejado está fora e o personagem terá de fazer muito esforço e depender do outro para conseguir o que deseja. Depois de tentativas fracassadas, assim como Alladin, o personagem central volta para casa, reflete, fica mais próximo de si, começa a olhar a situação com outros olhos e percebe que a riqueza, o poder, a mulher amada e a felicidade estão muito mais ao alcance de suas mãos do que havia suposto no primeiro momento. Assim, com reflexão, astúcia, generosidade e humildade, o personagem realiza seus sonhos com seus próprios poderes: estratégia, inteligência e amor.

Quando há ganância e para atingir o sonho é preciso destruir o outro, também não funciona e as consequências veem em revanche. A lógica e a essência que os contos árabes transmitem estão muito de acordo com o que a psicanálise postula e é observado clinicamente no divã. A concretização dos desejos fica muito mais acessível quanto mais próximo o sujeito está de si mesmo.  

Por: Fabiana Ratti, psicanalista 

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