Final de semana de férias
escolares, volta de viagem... programa: assistir Rei Leão no cinema! Vamos
combinar que o desenho é bem mais legal do que ver bichos falando
computadorizadamente, mas a essência é o principal, e o Rei Leão deixa sua mensagem!
A primeira vez em que foi
lançado pela Disney como desenho animado foi em 1994, sendo record de
bilheteria do ano. Em 2011 relançado em 3D e agora em formato animação por
computador.
Rei Leão narra a história
de Simba, filho do Rei Mufasa que, como toda criança, em algum momento,
desobedece aos pais, se arrisca, coloca-se em perigo e os pais precisam
socorrer e educa-lo. Num desses momentos o Rei Mufasa corre risco de vida e
Simba sente-se culpado pela morte do pai. O irmão de Mufasa, Scar, o grande
vilão da história, quer o reino para si e dessa forma, incentiva a culpa de
Simba e o aconselha a fugir preparando uma armadilha para o sobrinho.
Achando que Simba está
morto, Scar toma o reino para si e podemos observar que seu conceito de gestão
pública é bem diferente do de seu irmão. Dessa forma, a terra que antes era
alegre, verde, cheia de animais felizes com integração e muita canção, passa a
ser um lugar sombrio, tomado pelo medo, pela dor, pela fome e pela insegurança.
Scar demonstra ser um
governante egoísta, possuído pelo desejo de poder que despreza seu povo. Como
diz Aristóteles, o problema é o poder tirânico e como diz Hannah Arendt, o
problema é o poder totalitário.
Mufasa, por outro lado,
tinha uma lógica de poder democrático em que cada animal, cada grupo de
animais, ocupava uma posição, exercia seu poder na relação com os outros e
assim, faziam o ciclo da vida. O que na biologia chamamos de cadeia alimentar...
cada ecossistema fica preservado em seu equilíbrio.
Scar destrói esse ciclo
colocando-se como superior, exercendo um poder totalitário, tirânico e
unilateral. Simba foge e abre mão de seu poder. Decide viver cada dia um dia,
sem responsabilidades ou ambições, abre mão até de viver entre sua espécie ou
mesmo comer o que sua espécie come. Pensa que poderia levar a vida sempre dessa
forma...
Porém, o dever lhe chama.
E assim, Simba volta para seu Reino e assume seu poder.
Essa é a regra da vida. Pela
psicanálise, cada um tem um poder, uma singularidade, um talento a exercer...
se a pessoa abre mão de seu lugar, de seu talento; ou a pessoa vai vivendo um dia depois do outro sem um sentido ou objetivo na vida... ou vem a depressão, os
sintomas, uma vida sombria que só se ilumina quando a pessoa resolve enfrentar
os desafios, batalhar pelo que acredita e enfrentar os seu medos.
Adulto, Simba
vence essa luta!
Por: Fabiana Ratti, psicanalista
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