Para terminar o ano no
ciclo contos de fadas, tivemos no cinema o filme Alladin e a Lâmpada Maravilhosa (2019) produzido pela Walt Disney.
Final de ano é o momento de pensar nos pedidos para o ano novo, repensar o que
foi conquistado nesse e nada como o gênio da lâmpada para refletir sobre os
novos pedidos!
A história de Alladin tem
versões diferentes, mas sua essência é basicamente a mesma. A ideia de que só é
possível conquistar os próprios sonhos com uma mágica: ou a lâmpada, ou uma
feiticeira, um anel com poderes, um tapete mágico ou ganhar na mega cena. Estas
ideias se repetem nas Mil e Uma Noites,
compilado de histórias árabes, persas, indianas que percorreram o mundo através
dos séculos.
De maneiras diferentes,
com diversas estruturas narrativas e personagens alternados, os
contos da Mil e Uma Noites começam com a ideia de
que o desejado está fora e o personagem terá de fazer muito esforço e depender
do outro para conseguir o que deseja. Depois de tentativas fracassadas, assim
como Alladin, o personagem central volta para casa, reflete, fica mais próximo
de si, começa a olhar a situação com outros olhos e percebe que a riqueza, o
poder, a mulher amada e a felicidade estão muito mais ao alcance de suas mãos
do que havia suposto no primeiro momento. Assim, com reflexão, astúcia,
generosidade e humildade, o personagem realiza seus sonhos com seus próprios
poderes: estratégia, inteligência e amor.
Quando há ganância e para
atingir o sonho é preciso destruir o outro, também não funciona e as
consequências veem em revanche. A lógica e a essência que os contos árabes
transmitem estão muito de acordo com o que a psicanálise postula e é observado
clinicamente no divã. A concretização dos desejos fica muito mais acessível
quanto mais próximo o sujeito está de si mesmo.
Por: Fabiana Ratti, psicanalista
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