Voltando aos contos de fada... A
Bela e a Fera é a de que eu mais gosto! Bela tem origem francesa e faz um
brinde à leitura, à inteligência e à sabedoria como nenhuma outra! Bela não é
princesa, é filha de um artesão inventor, mora numa casa simples de um vilarejo
e também perdeu a mãe, dessa forma, precisa cuidar de seu pai.
Bela adora ler, frequenta
bibliotecas e tem uma sabedoria para além da inteligência racional. Bela não
escorrega no maior deslize que o ser humano faz ao falarmos sobre amor, ir pelo
imaginário... Quando se trata de amor, é muito comum o ser humano ir pelo
imaginário. Ir pela beleza exterior, pelas falas sedutoras, pelas promessas de
plenitude, pelo dinheiro. O imaginário se sobrepuja e engolfa o simbólico e o
intelecto. A pessoa, muitas vezes, fica à mercê do outro, sem conseguir
raciocinar ou se posicionar. Na clínica, podemos observar o quanto a pessoa, na
fase da conquista e do namoro, já havia notado evidências de arrogância,
narcisismo e egoísmo; ou qualquer outra característica que possa não ser bacana
para um relacionamento a dois. Porém, a pessoa, ofuscada num véu imaginário, vê
apenas o que gostaria, ou o que sua fantasia lhe permite. Depois, com o tempo,
a pessoa começa a perceber que não foi a melhor escolha para si.
Bela não se equivoca com Gastão.
Bonitão e galanteador, Gastão aparece em várias situações tentando seduzi-la.
Mas Bela não se ofusca com a beleza, as posses ou com as falas vazias de
Gastão.
Bela usa sua sabedoria para enfrentar os perigos da floresta, para arquitetar
um meio de salvar o pai; canaliza sua energia psíquica para direções mais
construtivas e proveitosas em sua vida. E assim, escolhe o amor com o coração e
não com a fantasia de um véu imaginário.
Por: Fabiana Ratti, psicanalista
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