Por Laís Olivato, historiadora

Nascido na Índia, num zoológico administrado por seu pai, Pi inicia o desafio
de narrar sua saga pessoal a um escritor em crise no Canadá. O dilema imposto ao
curioso personagem é a tarefa de fazer outras pessoas acreditarem em Deus.
Dentre tantos pontos pertinentes da primeira narrativa feita por Pi de sua
infância e adolescência na Índia destaco a curiosidade do mesmo pelas mais
diversas formas de religião. Era um garoto que transitava tranquilamente entre o
budismo, o islamismo e o cristianismo a fim de intensificar a busca por
respostas acerca do sentido de sua própria existência. Contudo, ao se deparar
com um imenso tigre de bengala, chamado Richard Parker, no zoológico de seu pai,
suas crenças ficaram abaladas. Como poderia uma criatura tão linda ser também um
dos seres mais cruéis e perigosos que já havia conhecido?
Por problemas com impostos, o pai de Pi resolve transferir o zoológico para a
América do Norte numa viagem de Navio, tal qual a feita por Cristovão Colombo.
Porém, logo dos primeiros dias do trajeto, o navio afunda e Pi foi o único
sobrevivente junto a Richard Parker do acidente.
Sendo obrigado a dividir um mesmo bote com um predador de grande porte, Pi vê
sua vida sendo desafiada a cada instante da jornada de 227 dias, no Pacífico. É
aqui que Ang Lee nos surpreende. Para quem tiver a oportunidade, o filme está
disponível para ser assistido em alta resolução e em 3D, nos cinemas, a fim de
destacar todas as cenas incríveis da fantasia criada nessa viagem.

Ao ser resgatado e questionado sobre a veracidade de sua história pelos
jornais da época, Pi contou outra versão de sua história. Menos ficcional e
talvez tão amedrontadora quanto a do tigre, mas com certeza sem nenhuma
magia.
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