A Terceira Margem do Rio é um dos contos mais famosos de Guimarães Rosa
publicado em 1962 no livro Primeiras Estórias. Fala sobre um jovem que
decide sair da casa da família e abandona a sociedade para viver numa pequena
canoa num grande rio.
Muitas interpretações e leituras foram feitas a respeito
do crescimento e amadurecimento do jovem. A leitura mais clássica da psicanálise
é que ele retrata o famoso Complexo de Édipo para Freud: a primeira margem
seria a mãe. O conhecido, o que está mais perto e familiar. O amor
incondicional que temos nos laços de sangue e onde aprendemos as primeiras
palavras, os primeiros passos, a construção do sujeito e as ligações de amor. A
segunda margem seria o pai. A lei, as regras que nos fazem entrar no mundo da
cultura. E a terceira margem representaria nossas próprias escolhas. Nossos caminhos.
Mesmo que numa pequena canoa é assim que começamos a vida. Num espaço pequeno e
a vida lá fora parece muito grande, caudalosa, cheia de novas aprendizagens.

E ‘os caminhos não acabam...’
G. Rosa.
Por:
Fabiana Ratti, psicanalista
Nenhum comentário:
Postar um comentário