A comédia dramática A Vida é Bela (1997) do Italiano
Roberto Benigni se passa na
Segunda Guerra Mundial e narra a vida de Guido Orefice, um judeu dono de uma livraria na Itália fascista. Ele é levado para o campo de concentração em Berlim junto com seu filho pequeno e para suavizar a vida de seu filho, brinca que aquilo é um jogo.
Segunda Guerra Mundial e narra a vida de Guido Orefice, um judeu dono de uma livraria na Itália fascista. Ele é levado para o campo de concentração em Berlim junto com seu filho pequeno e para suavizar a vida de seu filho, brinca que aquilo é um jogo.
Em 1997, quando assisti, senti que a 1ª parte do filme era
maravilhosa e a segunda parte grotesca, de mal gosto, como brincar daquele modo
com uma situação tão séria, onde morreram tantas pessoas de forma tão violenta?!
A psicanálise é um exercício de reflexão que muda a realidade.
A reflexão faz com que a gente veja e
entenda as situações e o mundo de uma forma diferente, ressignifica o passado dando
um outro sentido para nossas ações e decisões.
Foi o que aconteceu com esse filme para mim... 23 anos depois.
Agora, neste momento histórico, tenho lembrado muito desse filme... Na época,
não tinha filhos, hoje, com duas crianças entendo melhor a questão de um pai em
querer suavizar a realidade...
A negação é um processo psicológico que nos impede de ver
muitas coisas, às vezes, trazendo grandes prejuízos, outras, nos salva... Guido
Orefice conseguia “negar a realidade”, obedecendo à realidade. Incluía regras e
restrições, chatices e penúrias, com muito bom humor.
Hoje, sem saber o futuro... as consequências e transformações
pelas quais passaremos... sabemos que a Vida é Bela, que todos querem continuar
vivendo... que queremos que quem amamos vivam conosco... e o humor, misturado com o faz de conta, torna sim a Vida mais Bela,
e mais leve de ser vivida...
Nesses anos todos, jamais pensei que um dia diria isso, mas
esse filme mereceu o Cannes, o David Di Donatello e todos os Oscares que ganhou.
Para além dos fatos históricos, nossa estória somos nós quem a escrevemos...
Por: Fabiana Ratti, psicanalista
Nenhum comentário:
Postar um comentário