Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Pedro Alcântara do Nascimento
Amava Rosa Albuquerque Damião
Pedro Alcântara amava Rosa
Mas a Rosa num amava ele não
Rosa Albuquerque amava Jorge
Amava Jorge Benedito de Jesus
E o Benedito, Benedito Jorge
Amava Lina que é casada com João
E o João, João sem dente
Amava Carla, Carla da cintura fina
E a Carla, linda menina
Amava Antônio Violeiro do Sertão
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o Antônio, Cabra da Peste,
Amava Júlia que era filha de Odete
E a Odete amava Pedro
Que amava Rosa que era prima de Drumond
E o Drumond que era casado
Com Maria, que era filha de Sofia,
Mãe de Onofre e de José
E o José era casado com Nazira,
Que era filha de Jandira,
Concubina de Mane
E o Mane tinha dezessete filho,
Dez home e seis menina
E um que ia se resolver
E o rapaz tava já na adolescência
Tinha brinco na orelha
E salto alto pra crescer
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
E o Rodolfo, que já era desquitado
Era homem mal amado
Não queria mais viver
Encontrou Maria Paula de Arruda
Que lhe deu muita ajuda,
Fez seu coração nascer
E são essas histórias de amor
Que acontecem todo dia, sim Senhor
E são essas histórias de amor
Que acontecem todo dia, sim Senhor
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Pedro Alcântara do Nascimento
Amava Rosa Albuquerque Damião
Pedro Alcântara amava Rosa
Mas a Rosa num amava ele não
Rosa Albuquerque amava Jorge
Amava Jorge Benedito de Jesus
E o Benedito, Benedito Jorge
Amava Lina que é casada com João
E o João, João sem dente
Amava Carla, Carla da cintura fina
E a Carla, linda menina
Amava Antônio Violeiro do Sertão
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o sertão vai virar mar
E o mar vai virar sertão
E o Antônio, Cabra da Peste,
Amava Júlia que era filha de Odete
E a Odete amava Pedro
Que amava Rosa que era prima de Drumond
E o Drumond que era casado
Com Maria, que era filha de Sofia,
Mãe de Onofre e de José
E o José era casado com Nazira,
Que era filha de Jandira,
Concubina de Mane
E o Mane tinha dezessete filho,
Dez home e seis menina
E um que ia se resolver
E o rapaz tava já na adolescência
Tinha brinco na orelha
E salto alto pra crescer
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
Tem espinho na roseira
Oi cuidado, vai cortar a mão
E o Rodolfo, que já era desquitado
Era homem mal amado
Não queria mais viver
Encontrou Maria Paula de Arruda
Que lhe deu muita ajuda,
Fez seu coração nascer
E são essas histórias de amor
Que acontecem todo dia, sim Senhor
E são essas histórias de amor
Que acontecem todo dia, sim Senhor
Essa música: Espinho
na Roseira, escrita por André Abujamra da Banda Karnak, consegue fazer uma intertextualidade entre
vários autores, ou seja, uma conversa entre grandes da música e da literatura.
1 – A Quadrilha –
poema de Carlos Drummond de Andrade
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
Que inspirou também Chico Buarque com a música Na Flor da idade
2 – O Sertão vai virar
mar de Moacyr Scliar, inspirado na saga de Antônio Conselheiro, em Canudos
no Sertão Bahiano, uma discussão adolescente da tenra história narrada por
Euclides da Cunha em Os Sertões.
Poemas, músicas, romances dialogam...
Essa música, Espinho
na Roseira, inspirada em outros autores traz verdades que aparecem no
consultório de psicanálise...
Rosas lindas e cheirosas... mas com espinhos... como é fácil
sofrer por amor...
O jogo da Quadrilha mostra o desejo sempre em busca de algo
novo e diferente que nem sempre é correspondido... que precisa de luta e muita
coragem para transformar a realidade vivida... do sertão virar mar ou do mar
virar sertão...
Em sua última estrofe Abujamra diz:
E são essas histórias de amor
Que acontecem todo dia, sim Senhor
Que acontecem todo dia, sim Senhor
Quando a pessoa está passando por essa sensação de desilusão
amorosa, o quanto ela sente como se fosse apenas ela e que é uma dor que nunca
terá fim... então, o tempo vai passando e... um novo amor aparece, um novo
encontro e um novo desencontro... Faz parte da vida, das entregas e dos
amores...
A questão é não ficar apenas nisso. É fazer vínculos,
construir relações sólidas, se dedicar aos amores para ter uma nova realidade.
Mas, Como dizia o
poeta, Vinicius de Morais também homenageia esse momento não correspondido
que todo ser humano passa e se não passou, terá de passar:
Porque a vida só se dá pra quem se deu, pra quem amou, pra
quem chorou, pra quem sofreu!!