Em 1921 Freud escreveu “Psicologia das massas e análise do eu”
em que fala o quanto o ser humano é suscetível a um líder, a um comando, e o
quanto as pessoas perdem a capacidade de raciocinar, passando a agir apenas
pelo emocional pela via da identificação. Essa suspensão da razão vem acontecendo
diante do Covid-19. Todos sabemos o quanto temos muitas outras epidemias,
acidentes e violência em nosso país, mas há uma ‘identificação Universal’ que
está paralisando o mundo de forma devastadora. Esse fato nos mostra, acima de
tudo, o quanto Freud estava certo ao colocar no começo do século passado que
somos muito mais comandados pelo nosso inconsciente/emocional, do que pelo
nosso consciente/racional.
Mesmo sabendo de estatísticas e dados, agimos por
desespero e pânico. Quantas
pessoas se suicidaram com o crash da bolsa de 1929?
Quantas pessoas perderam trabalhos, projetos, família e dessa forma, perderam a
vida? Esse vírus pode trazer mazelas biológicas, mas, acima de tudo, a forma de
encará-lo está tirando sonhos, projetos, dinheiros e oportunidades para pessoas
e países, podendo arrastar o mundo para uma situação devastadora. O vírus é o
vilão? Não. Mas a forma de recebe-lo e enfrenta-lo poderia ser diferente. Urge
que a sociedade inclua mais a saúde mental e possa ter mais forças para se
destacar das massas e utilizar as emoções em parceria com a razão para tomar as
diretrizes cabíveis em situações como essas.